UEFS 2012.1 - O
período republicano brasileiro, compreendido entre 1930 e a imposição do Estado
Novo, registrou, como movimento político-ideológico de extrema direita,
A) o movimento
anarquista, de origem espanhola, voltado para a arregimentação da classe
operária para a organização de sindicatos e ligas trabalhistas.
B) a revolução
Constitucionalista de São Paulo, de orientação popular, com o objetivo de
proteger os ideais reformistas da Revolução de 1930.
C) a Intentona
Comunista, protagonizada por militares socialistas do Exercito, que, aliados a
políticos liberais, planejavam reformas no País.
D) a campanha
pelo voto secreto e pelo voto feminino, vitoriosa e concretizada pela
Constituição do Estado Novo, denominada de “A Polaca”.
E) o movimento
integralista, organizado sobre as bases ideológicas do fascismo, de conteúdo
autoritário e centralizador.
Os Integralistas brasileiros eram conhecidos como Os Camisas Verdes, por conta de seus uniformes.
Uma boa questão, pois além do conhecimento da história do
Brasil no século XX exige também alguma noção de filosofia política. Para saber
com segurança a resposta certa dessa questão faz-se necessário o conhecimento
elementar dos conceitos de direita e esquerda na política. Conhecendo esses
conceitos e sabendo diferenciar cada um deles, bastará interpretação do texto
das assertivas para marcar a correta.
Os termos: “direita e esquerda” passam a ser usados na
política a partir da Revolução Francesa em 1789 e se refere à disposição dos
partidos políticos no espaço físico da Assembléia Nacional. Os defensores da supremacia do parlamento (que achavam que
o veto real deveria ser apenas suspensivo) colocaram-se do lado esquerdo da
assembléia, enquanto os defensores da autoridade real (que achavam que o poder
de veto deveria ser definitivo) colocaram-se do lado direito.
A Direita hoje tem como principal ideologia o liberalismo e
seu poder é fundado no poder econômico proveniente de sua posição de domínio no
sistema capitalista. Em suma são os capitalistas liberais. Defendem a
propriedade privada dos meios de produção, a livre iniciativa econômica, livre
concorrência, livre empresa e afrouxamento das relações trabalhistas sempre em
favor dos patrões. A direita hoje é representada pelos detentores dos meios de
produção dentro da lógica de produção do capitalismo. No Brasil: O DEM (Democratas)
e PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) são os dois mais conhecidos
representantes dessa vertente. A extrema direita à qual se refere o texto são
os momentos históricos em que esse ideal de capitalismo liberal burguês é
defendido por um estado totalitário e centralizador, por exemplo: o nazismo (Alemanha),
o fascismo (Itália) e o franquismo (Espanha)
A esquerda é composta por partidos e movimentos que se põem
ao lado dos interesses dos operários dentro das relações de trabalho do modo de
produção capitalista. Aceitando o modo de produção capitalista a esquerda busca
reformas (econômicas, políticas e sociais) e melhores as condições do operário
em suas relações de trabalho; normalmente ligada à atividade sindical e
movimentos estudantis tem como suas maiores bandeira: melhores salários,
serviços públicos de qualidade, garantia dos direitos trabalhistas dentre
outros; tudo isso garantido por um Estado atuante que legisla e fiscaliza em
favor do mais fraco na relação de trabalho nos moldes capitalistas: o operário.
O PT (Partido dos Trabalhadores), PSOL (Partido Socialista) e PCdoB (Partido
Comunista do Brasil) são os maiores representantes dessa vertente política no
Brasil. Deve-se deixar claro que no Brasil esses ideais da esquerda não vêm se
concretizando na ultima década de governos trabalhistas. A Esquerda
revolucionária, apoiada nas ideologias libertárias, seriam a “extrema
esquerda”; críticos do modo de produção capitalista, buscam uma revolução
política, econômica, social e cultural que desmonte o Estado capitalista e
implante em seu lugar o Estado Socialista ou Comunista, fundado na propriedade
coletiva dos meios de produção e inexistência de classes sociais diferente. Os
movimentos Socialista, Comunista e Anarquista são os principais dentre eles no
mundo, com representantes sérios e comprometidos no Brasil.
Vamos à alternativas:
Não
é a letra A, pois o
movimento Anarquista se enquadra como de esquerda revolucionária.
Não
é a letra B, pois a revolução
Constitucionalista de São Paulo é um movimento da direita paulista contra a
chegada de Getúlio Vargas ao poder em 1930.
Não
é a letra C, pois o
movimento Comunista se enquadra como de esquerda revolucionária. A intentona
Comunista foi a tentativa de revolução comunista no Brasil, com as presenças de
Julio Prestes e Olga Benario (do filme Olga).
Não
é a letra D, pois,
apesar da constituição de 1937 a “Polaca” ter sido inspirada na constituição
totalitária polonesa, o voto secreto e o voto feminino apresentam avanços na
democracia do Brasil
É a
letra E, O Integralismo de
Plinio Salgado foi o mais genuíno exemplo de tentativa de instalação de um
regime totalitário ao molde fascista no Brasil; inimigos diretos da esquerda
brasileira defendiam o fechamento do congresso, centralização do poder nas mãos
do executivo, proibição do pluripartidarismo no Brasil e perseguição da
esquerda. A fase do governo de Getúlio Vargas entre 1937 e 1945 foi fortemente
inspirada pela ideologia totalitária presente no integralismo.
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